Professores da Heinrich Heine University Düsseldorf (HHU) participam de defesa de tese vinculada ao INCT

Com colaboração internacional e descobertas relevantes sobre o papel da lisina na resiliência vegetal ao estresse, tese de doutorado defendida na UFV reforça a excelência e o alcance global da pesquisa desenvolvida no âmbito do INCT


Publicado em: 19/08/2025 às 08:00hs

Professores da Heinrich Heine University Düsseldorf (HHU) participam de defesa de tese vinculada ao INCT

No último dia 13 de agosto, quarta-feira, a então doutoranda Débora realizou a defesa de sua tese de doutorado no Programa de Pós-Graduação em Fisiologia Vegetal da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e intitulada “LYSINE BIOSYNTHESIS AT THE HEART OF PLANT STRESS RESILIENCE”. O trabalho, supervisionado pelo professor Wagner Araújo, e vinculado ao INCT Fisiologia do Estresse, contou com a participação de dois membros estrangeiros da Heinrich Heine University Düsseldorf (HHU), Alemanha — os professores Andreas Weber e Jürgen Zeier —, além dos professores Adriano Nunes-Nesi (coordenador do INCT-Fisiologia do Estresse) e Pedro Augusto Braga dos Reis, vinculados a UFV, como examinadores.

Ao longo de sua trajetória acadêmica no curso de Bioquímica pela Universidade Federal de Viçosa, Débora destacou-se pela excelência nas atividades acadêmicas e científicas. Seu trabalho de conclusão de curso junto ao Programa de Fisiologia Vegetal, serviu como ponto de partida para as pesquisas com mutantes relacionados ao metabolismo do aminoácido lisina, estudos que foram posteriormente aprofundados durante o seu mestrado.

Já no doutorado, que incluiu um período de intercâmbio acadêmico de um ano no Instituto de Bioquímica de Plantas da Universidade Heinrich Heine de Düsseldorf (HHU), sob supervisão do Professor Andreas Weber, Débora obteve descobertas científicas de grande relevância e desenvolveu estudos que resultaram em artigos científicos já submetidos e outros em fase final de preparação para publicação em periódicos de renome internacional.

Ambos os pesquisadores alemães demonstraram satisfação com a experiência e se colocaram à disposição para repetir a experiência em outras ocasiões. O Professor Andreas Weber conta que já recebeu outros estudantes brasileiros em seu laboratório para doutorado sanduíche, e inclusive participou de outra banca de defesa de tese na UFV. No entanto, essa foi a primeira vez que o Prof. Jurgen Zeier participou de uma banca de defesa de tese brasileira. Para ambos, foi uma experiência maravilhosa e única. Os dois ainda destacaram o entusiasmo de Débora durante a sua experiência de imersão vivendo em Dusseldorf, na Alemanha. De acordo com os pesquisadores alemães, Débora fez um excelente seminário de defesa e respondeu com precisão as perguntas feitas durante o exame oral em inglês sobre o seu trabalho de investigação relacionado ao impacto da deficiência na biossíntese de lisina nas respostas de plantas a condições de estresses abióticos.

Segundo Débora, sua tese foi organizada como uma compilação de cinco capítulos independentes, cada um abordando aspectos distintos, porém interconectados, da fisiologia do estresse em plantas, tendo como modelo o mutante Arabidopsis thaliana dapat, deficiente na biossíntese de lisina. O primeiro capítulo discute a importância da lisina, destacando evidências de que este aminoácido não desempenha apenas papéis pontuais, mas pode atuar de forma abrangente em diversos aspectos do desempenho vegetal. Os quatro capítulos seguintes apresentam introduções próprias, metodologias detalhadas e discussões abrangentes dos resultados, explorando como a deficiência da enzima cloroplástica L,L-diaminopimelato aminotransferase (DAPAT) afeta aspectos metabólicos e transcricionais em resposta à diferentes condições de crescimento. O trabalho investiga ainda a integração da biossíntese de lisina com vias de sinalização dependentes e independentes do ácido salicílico (SA), a modulação do fluxo fotorespiratório e a coordenação das respostas estomáticas e metabólicas a condições de limitada energia.

A integração desses achados ao longo de 6 anos de pesquisa posiciona a via de síntese de lisina como um modelo poderoso para desvendar os mecanismos de adaptação ao estresse e orientar o desenvolvimento de culturas resilientes a condições ambientais adversas para enfrentar os desafios das alterações climáticas atuais.

A participação de pesquisadores estrangeiros reforça a internacionalização e a qualidade da pesquisa realizada junto ao INCT, fortalecendo as colaborações acadêmicas e o intercâmbio científico entre Brasil e Alemanha. O INCT Fisiologia do Estresse parabeniza a agora Dra. Débora pelo seu excelente trabalho que integra abordagens moleculares, fisiológicas e metabólicas e identificou modelo poderoso para dissecar vias de adaptação ao estresse e orientar o desenvolvimento de culturas resilientes frente aos desafios climáticos, um tema estratégico para o INCT Fisiologia do Estresse.